Como alguns devem saber, não faz muito tempo o filme "A culpa é das estrelas", de mesmo nome do livro, foi lançado e foi um bafafá tremendo. Até aí, ok. Um amigo meu recentemente resolveu que queria ir assistir o filme e eu concordei em ir com ele, mas, para que eu não ficasse totalmente perdida e saber mais ou menos o que esperar, decidi ler o livro. Ontem peguei-o emprestado e hoje pela manhã já havia terminado, então vamos a resenha do livro. Assim que eu já tiver assistido o filme, faço os meus comentários sobre ele e a adaptação.

A culpa é das estrelas narra a história de uma garota de dezesseis anos chamada Hazel Grace. Há alguns anos ela já vem lutando contra um câncer em seu pulmão, que a impossibilita de ter a vida de uma adolescente normal já que reduz bastante sua capacidade respiratória e a força a andar para lá e para cá com um cilindro de oxigênio. Hazel Grace, por meio de sua doença e também de sua personalidade reservada, é uma pessoa reclusa que só sai para ir as suas sessões do grupo de apoio (desde que desenvolveu uma depressão, "efeito colateral de ter câncer"), frequenta as aulas da faculdade (se formou mais cedo no ensino médio por causa da doença) e sai algumas vezes com sua amiga Kathelyn ou seu pai e sua mãe. No mais, é uma vida bem pacata e sem atribulações onde a maior aventura são suas idas ao médico, na qual eles analisam o desenvolvimento (ou não) do câncer. 

Hazel conhece Augustus Waters no grupo de apoio a pessoas portadoras de câncer. Ele não possui a doença, não mais, mas vai em apoio ao seu amigo Isaac. A partir de um primeiro encontro nada amigável, onde os dois se encaram como se estivessem em um jogo infantil, e através de uma conversa após a reunião, o interesse mútuo em conhecer o outro se instala e a partir daí a história se desenvolve.

A princípio, de maneira unilateral, vemos o desenvolvimento de um amor adolescente por parte de Gus (apelido que os pais de Augustus usam com ele). No outro, eles encontram o conforto que precisam para aguentar todo o sofrimento de ser uma pessoa com problemas de saúde (Gus não possui uma das pernas, o que dificulta sua vida em alguns pontos). Hazel, encontra, finalmente, o amigo para fazê-la sair de casa; Gus, encontra o conforto do amor.

(imagem retirada da internet)


Com medo de magoá-lo, Hazel tenta afastar-se de Gus. Ela sente-se como uma granada, que quando morrer irá ferir todos os que tiverem próximos a ela, e por isso tenta ao máximo não fazer amigos e muito menos ter alguém apaixonado por ela. O sentimento vai se tornando recíproco, e é desse ponto que a história realmente se desenvolve.

Não vou entrar mais em detalhes dela para não soltar algum spoiler que por acaso você ainda não tenha recebido (eu mesmo recebi aos montes, o que, confesso, me desmotivou um pouco a leitura imediata). Mas antes de partir para minha crítica, quero apenas esclarecer o nome do livro."A culpa é das estrelas" se refere a uma parte do livro onde Hazel e Augustus estão dialogando com Van Houten, autor do livro favorito de Hazel (que, na realidade, não existe), e ele solta a citação como se a vida de Gus e Hazel fossem estrelas cruzadas, destinos cruzados, e a culpa se refere ao sofrimento desse destino.

Agora, vamos a crítica. Esse é o segundo livro que leio do John Green, o meu primeiro foi "Quem é você, Alasca?", e apesar de todo o alarde gerado em torno do livro e do filme, eu francamente não o achei tão incrível assim. Green tem uma escrita maravilhosa que nos cativa a cada palavra, a cada emoção transmitida, mas nada de tão grandioso. A culpa é das estrelas, PARA MIM, a meu ver, não chegou nem aos pés de Quem é você, Alasca?, onde chorei horrores. É um livro que sim, pretende abalar nossos sentimentos e nos mostrar a beleza da vida por outros pontos de vista, mas não é tudo isso. Se você busca um clichê romântico onde o homem é capaz de tudo para alegrar sua amada, leia-o que vai gostar, mas saiba que sofrerá bastante ao fim do livro (não vou dizer porque, apesar da maioria das pessoas já saberem o motivo). Se você, assim como eu, gosta de coisas mais inesperadas, bem, vá para "Quem é você, Alasca?" e lá encontrará uma amiga que ainda vai fazer você rir muito. Mas é isso, o livro não é nada de tão grandioso. Ah, não achem que estou desmerecendo a escrita dele ou a história, só estou dizendo que simplesmente não me cativou e é isso. 



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