Resumo: Amir e Hassan cresceram juntos, exatamente como seus pais. Apesar de serem de etnias, sociedades e religiões diferentes, Amir e Hassan tiveram uma infância em comum, com brincadeiras, filmes e personagens. O laço que os une é muito forte: mamaram do mesmo leite, e apenas depois de muitos anos Amir pôde sentir o poder dessa relação.
Amir nunca foi o mais brava ou nobre, ao contrário de Hassan, conhecido por sua coragem e dignidade. Hassan, que não sabia ler nem escrever, era muitas vezes o mais sábio, com uma aguda percepção dos acontecimentos e dos sentimentos das pessoas. E foi esse mesmo Hassan que decidiu quem Amir seria, durante a batalha da pipa azul, uma pipa que mudaria o destino de todos. No inverno de 1975, Hassan deu a Amir a chance de ser um grande homem, de alterar sua trajetória e se livrar daquele enjôo que sempre o acompanhava a náusea que denunciava sua covardia. Mas Amir não enxergou sua redenção.
Muito depois de desperdiçada a última chance, Hassan, a calça de veludo cotelê marrom e a pipa azul o fizeram voltar ao Afeganistão, não mais àquele que ele abandonara há vinte anos, mas ao Afeganistão oprimido e destruído pelo regime Talibã. Amir precisava se redimir daquele que foi o maior engano da sua vida, daquele dia em que o inverno foi mais cruel.

Criticando...

Esse livro veio meio que "jogado" para mim através de uma troca via Skoob. Era minha primeira troca, e como eu não tinha muitas opções e já tinha ouvido falar muito bem sobre isso livro, fui no "vamos ver, vai que rola empatia" e adivinhem? Rolou!

O Caçador de Pipas começa a te cativar desde seu começo. Ele é narrado em primeira pessoa, a partir da perspectiva do Amir, e, ao meu ver, parece mais um diário onde ele guarda todas as angustias que sente. É um diário que nós conduz diretamente a sua alma, que apesar de não ser totalmente benevolente, madura e angelical, é bondosa em alguns pontos.

Confesso que nas primeiras páginas, graças ao primeiro Amir que conhecemos, o mimado, que acha que o mundo e todos dentro do mundo devem estar aos seus pés (principalmente Hassan). Ele é bastante irritante, infantil, imaturo, mas colocando em contraposição que ele é filho único de um pai rico e sempre teve tudo o que quis (menos o total amor de seu pai!), dá pra entender ele. E fora isso, o fato dele ser uma criança.

Assim como outros personagens que conheci através de outras vastas leituras, Amir, que começa mimado e covarde, aos poucos vai amadurecendo e se tornando uma pessoa melhor, mas essa transformação só ocorre total e realmente após uma descoberta que ele faz (que não comentarei por motivos óbvios:  é spoiler)

Rahim Khan deu uma risada amarga - Éramos Homaira e eu contra o mundo inteiro. E ouça o que eu lhe digo, o mundo sempre sai ganhando. As coisas são assim, pura e simplesmente...

Sinceramente, não recomendo este livros a pessoas que se choquem com facilidade, ou a pessoas fragilizadas pela vida. Ele, em certos aspectos, é pesado e esse peso consegue alcançar sua alma e modificá-la. É estranho...ele é...não sei como nomeá-lo, ou falar sobre ele. Ainda fico meio sem saber o que pensar de um livro cujo o protagonista eu odeie tanto (apesar de entendê-lo) e cuja a forma de ter sido feito eu goste tanto. Enfim, eu recomendo este livro a todos aqueles que sabem que podem enfrentar uma leitura mais pesada, ou que não se revoltem com o extremo machismo colocado nele (cara, o escritor está falando do Afeganistão, então acordem!).

Para mim, ele foi bastante interessante no ponto em que toca ao fato de eu estudar temas relacionados a mulher e a cultura, e aqui sou apresentada a um mundo completamente machista e considerado retrógrado, enfim. 

Pessoas que tenham a mente aberta, não se fragilizem com facilidade e aguentem o real baque que este livro dá, eu recomendo a leitura! Vá lê-lo de mente vazia, esqueça seus preceitos, esqueça seus rancores e tudo o que lhe atormenta. Se joga aí! 


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